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Arquitetos: Pianca Arquitetura, Sabiá Arquitetos
- Ano: 2020
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Fotografias:Pedro Vannucchi
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Fabricantes: Casa Franceza, Deca, Formica, Franke, Pastilhas Cerâmicas, REKA
Descrição enviada pela equipe de projeto. O apartamento no Edifício São Nicolau – projeto do engenheiro civil Fortunato Ciampolini concluído em 1948 – era marcada por adições e puxadinhos irregulares. E por se localizar na cobertura, a existência do volume dos barriletes próximo à entrada demarcava a divisão do apartamento em dois setores, interligados por um corredor junto à fachada.
Por se tratar de um prédio com tombamento de fachada pelo Conpresp, o projeto teve como premissa a recomposição e regularização do imóvel, através de pesquisa iconográfica sobre arquivos e documentos disponibilizados pelo condomínio e fotos do período imediato à aprovação legal e conclusão do edifício. Ao demolir as áreas irregulares, a área coberta resultante foi uma planta retangular com duas varandas em cada uma de suas extremidades.
Ao evidenciar estas duas áreas descobertas, decidiu-se caracterizar o apartamento em dois núcleos distintos: um social, ligado à varanda que dá face para a esquina da Rua Araújo com a Praça da República e que possui um forte caráter extrovertido; e outro privativo, ligado à varanda voltada para a empena lateral do edifício vizinho e mais protegida visualmente dos edifícios mais altos do entorno. Dessa forma, propusemos a inversão dos quartos com a sala de estar da planta original, mas conseguindo tirar proveito das prumadas existentes em cada uma das alas do imóvel.
Na área social, buscou-se a maior amplitude possível: o telhado existente, deteriorado, foi substiuído por uma cobertura nova, porém mantendo o mesmo pé-direito alto e mesmo formato, sustentado por duas tesouras de madeira aparentes. Um único volume alto [2.40 m], revestido com laminado de tom avermelhado, abriga uma cabine sanitária onde o lavatório é externo, integrado à cozinha - organizada em uma bancada única de 4 m de comprimento.
A varanda social recebeu uma bancada complementar para preparos externos, e as aberturas para seu acesso foram ampliadas para permitir a integração com o ambiente interno. O aumento nestes caixilhos, somado às novas aberturas zenitais circulares junto às fachadas garantem que o espaço seja amplamente iluminado durante todo o dia. O escritório foi incorporado à sala de estar – algo que já fazia parte da dinâmica dos clientes em seu apartamento anterior – e a estante de livros foi posicionada na parede mais alta do ambiente, como elemento de destaque.
Em continuidade com a materialidade dos halls do edifício, na sala foi adotado granilite no piso, com tonalidades mais abertas e coloridas, e na varanda foi escolhida pastilhas cerâmicas em tons alaranjados, amarelos e marrons, no mesmo formado hexagonal conforme existente no local.
No trecho entre as alas social e privativa, sob a caixa d’água do edifício, foi configurado como sala de TV e quarto de hóspedes. Este espaço é conectado à sala de estar através de uma abertura na estante, onde também foi posicionado o sofá, e foi proposto um fechamento somente com cortina – que permanece aberta durante maior parte do tempo.
Na área privativa, o dormitório e banheiro foram abertos para a varanda, também pensando na maior integração entre os ambientes. A lavanderia foi locada nesta varanda íntima, decomposta em uma parte aberta – protegida visualmente pelo volume do ofurô de madeira e jardineira – e outra fechada, composta junto ao volume da suíte.
O antigo piso de taco foi recuperado na sala de TV e dormitório, e no banheiro da suíte e na varanda foram adotados pastilhas cerâmicas hexagonais em tons verdes.